A crise provada pelo Covid-19 tem feito com que muitos bancos investissem em ações para “ajudar” os brasileiros neste momento tão difícil. Nos comerciais não é difícil encontrar anúncios de bancos que prometem prorrogar dívidas por até 6 meses.
Um consumidor desavisado pode achar que a ação é solidária: “Nossa, que banco generoso!”
O anúncio na maioria dos casos acaba não refletindo com a realidade, ao entrar em contato com a central de atendimento para “prorrogar a dívida” o consumidor acaba esbarrando em um procedimento chamado REFINANCIAMENTO.
O refinanciamento não é gratuito, há casos em que a taxa de juros mensal nesse período de pausa ultrapassa os 7%. Ademais, como se trata de um refinanciamento, o seu saldo devedor junto ao banco aumentará e tal procedimento terá impacto negativo no seu saldo financiado, o que encarece ainda mais a dívida no longo prazo, pois a taxa de juros reduzida é apenas por um curto período.
Claro que ouve algumas exceções, teve banco que prorrogou o pagamento de faturas do cartão de crédito sem cobrar juros, mas a vasta maioria das instituições financeiras no Brasil optaram por uma renegociação de dívida mascarada de prorrogação/adiamento no pagamento.
PRORROGAÇÃO QUASE SEMPRE É UM REFINANCIAMENTO DE DÍVIDA
Ao ouvir o termo “prorrogação” nas campanhas publicitarias dos bancos tenha em mente que o nome mais apropriado pode ser refinanciamento de dívida.
Afinal o banco não aceitará receber daqui 2 ou 6 meses sem que o consumidor tenha que arcar com juros referente ao período.
O único alívio ao consumidor acaba sendo a isenção da multa por atraso e, em alguns casos, a taxa de juros reduzida.
Fiquei espantado ao ouvir o relato de tantos amigos que, por causa do marketing, entraram em contato com o banco querendo prorrogar as dívidas com juros zero, algo difícil.
Caso os comerciais dos bancos fossem sinceros eles tratariam o procedimento como uma renegociação com pausa do financiamento com juros reduzido.
Embora parte dos lucros dos bancos esteja sob ameaça devido ao aumento da inadimplência, os bancos vão ganhar muito dinheiro com o refinanciamento das dívidas dos clientes.